Uma Jornada de Dedicação e Superação


Desafios, superação, amor pela culinária e inquietude para querer sempre o melhor para clientes e amigos.

Bety casou-se jovem e seu marido tinha o sonho de ter uma padaria. Em 1988 o sonho começou a se realizar com a abertura de uma padaria na qual, além do atendimento no balcão, entregavam pão e leite para os supermercados. A partir disso, ela começou a se interessar pelo ramo e se aprimorou fazendo cursos de confeitaria.
Sempre gostou muito de cozinhar, como lembra ao dizer: “Nasci atrás de um balcão e cresci atrás de um fogão”, a cada curso que fazia procurava inovar e observar o que se passava ao redor para não cometer erros e, frequentando festas de aniversários, reparou que o salgado que todos deixavam de lado era a empadinha, que só era bonita, mas o gosto não era muito agradável, parecia uma farofa.
Assim, surgiu a ideia de fazer uma empadinha diferente, cuja massa não tivesse esse aspecto, que fosse leve, clara e com muito recheio e que derretesse na boca. Depois de várias adaptações, chegou ao ponto em que está hoje, mas, talvez pela localização da padaria que era em frente a uma escola, as empadas não eram muito solicitadas, porém vendia muitos salgados fritos como coxinhas e outros salgados mais tradicionais.

O falecimento do seu esposo foi um desafio, pois se viu sozinha com sua filha de apenas 6 anos de idade. Sentindo-se perdida, sem rumo a tomar, sem saber o que fazer, veio a Foz do Iguaçu para ficar perto de sua família.

Chegando aqui, buscou emprego em vários lugares, começou a trabalhar como confeiteira e salgadeira em uma padaria, depois em um supermercado e por fim ministrando cursos de confeitaria na Argentina. Quando a crise assolou a Argentina, ficou desempregada, teve que vender seu carro para investir em algo que desse algum lucro, sua intenção era comprar um comércio ou algo do tipo.

Comprou uma mercearia onde vendia um pouquinho de cada coisa. Nos finais de tarde os clientes iam lá para tomar cerveja e comer petiscos na calçada da mercearia, assim se passaram 3 anos. Fazia anotações dos consumos em um caderno de crédito para pagarem depois, a inadimplência cresceu e, assim, ficou endividada. Resolveu, então, se especializar e investir somente nas empadas, o que muitos consideraram arriscado, desacreditando de sua decisão, mas não se importou e fez o que tinha vontade.

Produzia em casa e levava para o seu estabelecimento, mas todas as empadas só eram vendidas a vista, pois já não tinha condições de fazer nada a prazo. A cada dia o número de empadas vendidas aumentava, o que mudou a cara de seu negócio, mudou sua vida, inclusive, diminuindo sua carga de trabalho, que se antes ia até as 23 h, passou a ser até as 20 h. As contas foram pagas, pôde reformar seu estabelecimento e ofertar um ambiente mais agradável aos seus clientes, tendo as famosas empadinhas como seu carro-chefe.

Passou a fornecê-las a vários lugares, inclusive para o Paraguai. Levantava às 03 horas da manhã para iniciar a produção e viu suas encomendas triplicarem, chegando a trabalhar 18 horas por dia, sempre com a preocupação em manter a qualidade e o padrão artesanal das empadas.

Sua receita segue firme até hoje, contabilizando 28 anos desde que foi criada. O sucesso é garantido com a produção de milhares de empadas por mês, feitas para a satisfação dos clientes, que se deslocam tanto a sua empresa quanto aos seus revendedores em busca das famosas “Bett´s empadinhas”.